AS TEORIAS DE JUSTIÇA DE JOHN RAWLS E DE AMARTYA SEN FRENTE ÀS LINHAS ABISSAIS GLOBAIS DEFINIDAS PELO PARADIGMA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Resumo
Muito se vem discutindo, desde a segunda metade do século XX, sobre questões relacionadas ao conceito e aos desdobramentos da justiça, cujos debates ressurgiram através da teoria de John Rawls, publicada pela primeira vez em 1971 sob o título “Uma teoria da justiça”. A obra, provavelmente a mais importante na área da filosofia moral e política, inspirou diversas outras teorias sobre a temática, como a de Amartya Sen, publicada em 2009 sob o título “A ideia de justiça”. Considerando esse contexto, o presente artigo tem como objetivo abordar as duas teorias e confrontá-las com outras duas questões-chave para compreender o cenário contemporâneo: o paradigma do desenvolvimento, proposto por Balakrishnan Rajagopal, e a manutenção das linhas abissais, conforme estudos de Boaventura de Sousa Santos. Para tanto, a pesquisa se utiliza de uma abordagem dialética, como forma de analisar as teorias supramencionadas a partir da sua contradição interna e da interação com outras teorias, e de um procedimento tipológico e estruturalista, bem como da pesquisa bibliográfica e documental. O primeiro capítulo inicia a dialética proposta abordando as teorias da justiça de Rawls e Sen para que, no segundo capítulo, seja possível confrontá-las com o status quo mundial, caracterizado, aqui, pela dicotomia entre desenvolvido e subdesenvolvido e suas consequências.